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OURO FIRE ASSAY
Fire-assay é uma antiga forma de análise química quantitativa na qual os metais são separados e determinados com auxílio de aquecimento e reagentes químicos. Até o presente momento esta técnica é principalmente usada para pré-concentrar os metais nobres dos minérios e produtos metalúrgicos. O objetivo é formar um material fundido com duas fases: uma escória líquida complexa de borossilicato e uma fase líquida de chumbo de tamanho controlado. O alto grau de solubilidade dos metais nobres no chumbo metálico fundido e a grande diferença de peso específico entre o chumbo e a escória permite a separação dos metais nobres da escória na forma de ligas de chumbo.
A subsequente remoção do chumbo na forma de óxido de chumbo é feita num recipiente poroso conhecido como copela, através de uma fusão oxidante cuidadosamente controlada que separa o chumbo dos outros metais nobres.
A vantagem do uso das técnicas do fire-assay para a determinação de metais nobres é a capacidade de usar uma amostra de minério relativamente grande da qual se concentra estes metais, bem como, se eliminam virtualmente todas as gangas minerais associadas. Isto é efetuado empregando-se reagentes secos em proporções adequadas ao minério pulverizado de modo que a mistura fundir-se-á a uma temperatura facilmente alcançada.
Os reagentes geralmente usados em combinação com a amostra são: carbonato de sódio (Na2CO3), litargírio (PbO), sílica (SiO2), vidro-bórax (Na2B4O7) e fluoreto de cálcio (CaF2), juntamente com farinha de trigo doméstica ou fubá de milho como um agente redutor e nitrato de potássio (KNO3) como um agente oxidante.
Estes reagentes combinados são denominados fluxo e o fluxo mais a amostra constituem a carga.
A origem do fire-assay pode ser estabelecida a partir dos achados
O processo de copelação e portanto o fire-assay, foi inventado na Ásia Menor na primeira metade do terceiro milênio a.C..
Referências bíblicas para o uso das técnicas do fire-assay podem ser atribuídas a Moisés: "Somente o ouro, a prata, o bronze, o ferro, o estanho e o chumbo e todo aquele que pode residir no fogo, vós o fareis ir através do fogo, e ele tornar-se-á limpo" (Números, 31:22-23).
Este método de análise de ouro e prata em minérios pode ser considerado como o mais tradicional e o mais confiável até o presente. Apesar de vários outros métodos terem sido desenvolvidos, o método por copelação ainda mantém o status de "padrão dos padrões".
O ouro é um dos elementos mais difíceis de ser dosado por apresentar características tais como:
* concentrações extremamente baixas, porém importantes sob o ponto de vista econômico;
* não se distribui uniformemente no corpo do minério e tende a concentrar-se em partículas individualizadas;
* uma vez liberado tende a agregar-se facilmente, por apresentar um peso específico muito contrastante em relação aos demais minerais ou fragmentos de rocha.
Qualquer elemento apresenta características próprias que influenciarão de algum modo na definição dos critérios de planejamento e execução da amostragem, análise e das conclusões obtidas na fase de interpretação dos resultados.
O ouro apresenta peculiaridades tão marcantes que os parâmetros de planejamento da amostragem e análise geoquímica fogem totalmente aos padrões normais aplicáveis aos outros metais.
As características do ouro que mais influenciam nos programas geoquímicos são:
* ocorre sob a forma nativa, individualizado em partículas, tanto em minérios primários como secundários;
* ocorre em teores relativamente baixos, mesmo nas mineralizações econômicas;
* apresenta elevada resistência física e química ao intemperismo;
* possui elevado peso específico (19,3);